Não sou nada normal, muita coisa me aflige, sou diferente e igual. Quero fugir, ficar bem longe de tudo que não seja, basicamente, real. Não suporto mentiras. Prefiro a verdade, por mais dolorosa que seja. Não há nada que não seja superável. Sentir pena é reduzir a capacidade de superação. E, é exatamente neste ponto que compreendo que a normalidade é sutilmente uma ilusão. Tão lúdica quanto a falsidade, a ganância, a soberba e o excesso. Prefiro não dividir espaço com meios termos, e vou sempre acreditar que meia verdade é uma mentira inteira e que levantar o tom de voz é facilmente irracional.
Mas, é assim que percebo o quanto há vida em mim, que existem muitas vidas ao meu redor, que cada pessoa é um mundo, que o respeito mútuo é uma prática de equilíbrio e não se pode viver sem equilíbrio e limites, que o amor é simplesmente um sentimento subliminar. E por fim, que viver de verdade está muito além da minha mera existência neste mundo e existir é uma troca de vivências. Há tanto a se aprender, e tão pouco tempo para descobrir tudo que é preciso... Que, só não se pode morrer, sem ter aprendido ou ensinado alguma coisa.
Vanessa Mayane Melo Valente
Goiânia, 17 de outubro de 2010