domingo, 17 de outubro de 2010

Há tanta vida

Eu sou aquela pessoa que tenta expor a alma, mas de cara lavada. Sou metade bobeira e metade seriedade. Não suporto risos previsíveis, nem choros piedosos. Carrego na alma os mistérios insondáveis de uma criança, e ao mesmo tempo, tento exercitar a paciência e a tolerância, que só um idoso saberia explicar. Não tenho pressa, nem desespero, não sei se vou chegar aonde quero, mas sei que vou chegar a algum lugar. Prezo o silêncio, admiro a solidão. Mas sei me juntar imediatamente aos gritos calorosos de uma multidão e me entregar aos desejos irresistíveis de um amor, do meu amor.
Não sou nada normal, muita coisa me aflige, sou diferente e igual. Quero fugir, ficar bem longe de tudo que não seja, basicamente, real. Não suporto mentiras. Prefiro a verdade, por mais dolorosa que seja. Não há nada que não seja superável. Sentir pena é reduzir a capacidade de superação. E, é exatamente neste ponto que compreendo que a normalidade é sutilmente uma ilusão. Tão lúdica quanto a falsidade, a ganância, a soberba e o excesso. Prefiro não dividir espaço com meios termos, e vou sempre acreditar que meia verdade é uma mentira inteira e que levantar o tom de voz é facilmente irracional.
Mas, é assim que percebo o quanto há vida em mim, que existem muitas vidas ao meu redor, que cada pessoa é um mundo, que o respeito mútuo é uma prática de equilíbrio e não se pode viver sem equilíbrio e limites, que o amor é simplesmente um sentimento subliminar. E por fim, que viver de verdade está muito além da minha mera existência neste mundo e existir é uma troca de vivências. Há tanto a se aprender, e tão pouco tempo para descobrir tudo que é preciso... Que, só não se pode morrer, sem ter aprendido ou ensinado alguma coisa.
Vanessa Mayane Melo Valente
Goiânia, 17 de outubro de 2010

Um comentário:

  1. Confesso que seu texto me deixou ainda mais com saudade. Saudade de você, dos seus conselhos, saudade do Vanessa Mayane jeito de pensar e viver... Saudade principalmente da sua presença amiga. Muito me orgulha ler tão boa produção. Por um pequeno fragmento percebo que você mudou um pouco seu modo de pensar sobre um determinado assunto. Mostra que você realmente cresceu como Mulher. Não te encher de elogios porque sabe que sou seu fã desde o primeiro texto seu que eu li. Agora como iminente Bacharel em Jornalismo só tenho a certeza que você vai conquistar o mundo! Do amigo distante, Ítalo Guariz.

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