domingo, 21 de junho de 2009

Padrão de beleza existe?


Beleza não se cria, se descobre
Por Vanessa Mayane


Porque será que ainda existem pessoas que insistem em afirmar que a beleza, a tão almejada beleza escultural, física, está nos olhos de quem vê? Isso é hipocresia, todos nós sabemos que hoje em dia existe sim um padrão convencional de beleza a ser seguido, imposto pela nossa sociedade. Onde a idéia do belo se tornou algo fixo e concreto, dismistificado, banal e inquestionavelmente comum. As pessoas estão cada vez mais focadas na reconstrução do seu esteriótipo, perderam a identidade, mudaram seus conceitos de plenitude e beleza. De repente, de tanto querer ser diferente, as pessoas não percebem que estão se tornando cada vez mais iguais, mais artificiais, robóticas e consequentemente evazivas.
As pessoas se deixam levar pelo modismo, seguindo tendências, sempre querem retocar, concertar ou remover algo indesejável no próprio corpo. São seduzidas pela onda da cirurgia plástica, da lipoaspiração, enfim... São raríssimos, aqueles que se dizem conformados com o que possuem, que se sentem bem da forma que são. Existem pesquisas que comprovam que as mulheres lideram o ranking das insatisfações, lutam diariamente contra o inevitável envelhecimento, contra a queda dos seios, contra as rugas que se formam no canto dos olhos quando sorriem - que nada mais são do que marcas das expressões faciais. Elas lutam diariamente contra elas mesmas, preocupadas com a beleza, procurando aumentar o próprio ego e elevar a auto-estima, como se a vida fosse um espetáculo teatral e pudesse ser adiada.
O próprio presidente da Sociedade Brasileira de Cirúrgia Plástica Regional de São Paulo, João de Moraes Prado Neto afirma que o resultado dessa obsessão são bizarrices produzidas por falta de bom senso, tanto dos pacientes quanto dos médicos.
Então, fico me perguntando "o que será que acontece com as pessoas?" Elas estão perdendo seus limites, por exagerarem demais, por não se contentarem, não se amarem o suficiente para se aceitar. É fato também que tudo isso é fruto de uma sociedade capitalista, todos querem ser notados, querem aparecer, querem ascensão social e estar dentro dos padrões exigidos pela cruel sociedade.
É certo que os valores são outros e tendem a ser repassados com maior intensidade para as futuras gerações, não sabemos onde tudo vai parar, se é que vai parar. Mas como toda ação tem uma reação, ainda veremos muitas consequências desta obsessão descontrolada em criar uma beleza esteriotipada. Para tudo tem-se limites, é preciso repensar com quantas plásticas se faz uma pessoa, quantas e quais cirurgias são necessárias para reparar ou até mesmo mudar o caráter, os princípios e a ética de alguém, já que isso faz tanta gente feliz.
Quem sabe um dia, as pessoas consigam compreender o que é a verdadeira beleza, e onde ela pode ser encontrada, entender a lógica do natural, do simples e do espontâneo e que perfeição não existe. E percebam que elas perdem tempo demais tentando construir algo que já pode estar dentro delas, por que jornalisticamente falando, a beleza não se cria, mas se auto-descobre.

Até a próxima...
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