quinta-feira, 4 de junho de 2009

"Doença da Alma"




Depressão: o efeito das interações humanas

“Mais do que uma patologia, a depressão surge das relações cotidianas e pode se desencadear por diversos fatores, sejam biológicos ou sociais”

Por Vanessa Mayane

Não é atoa que a depressão é considerada o mal do século e está cada vez mais presente na vida das pessoas, de forma bastante peculiar. Segundo a professora e psicóloga Ilma A Goulart de Souza Britto, que possui graduação em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB), mestrado em Psicologia da Aprendizagem e Desenvolvimento também pela Universidade de Brasília e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a depressão não é uma doença mental, é de fato o efeito da interação que uma pessoa tem com o seu mundo. A Drª. Ilma A Goulart de Souza Britto releva que apesar de não escolher cara, idade, sexo ou religião, são as mulheres que lideram o ranking da depressão, se tornando por inúmeros fatores alvos predominantes deste diagnóstico.
Para ser diagnosticada, a depressão deve ser compreendida e de acordo com o Doutor e professor Geraldo Francisco do Amaral há diferenças entre a tristeza e depressão, as variações de humor são inerentes a vida do ser humano e é importante ressaltar que são variações de duração limitada, já a depressão é um estado patológico e provoca sintomas corporais. “A depressão sempre vai ter um fator biológico” é o que diz o Dr. Geraldo Francisco do Amaral, que possui graduação em Medicina pela Universidade Federal Fluminense, mestrado em Psiquiatria, Psicanálise e Saúde Mental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutorado em Ciências da Saúde pela UnB/UFG/UFMS. Ele ressalta que se um indivíduo não estiver predisposto a ter depressão, ele não vai ter e que a depressão sempre tem um motivo.
Vários podem ser os sintomas da depressão, além de sensações de tristeza, pensamentos negativos, também podem ocorrer alterações corporais como enjôos e dores em diversas partes do corpo. “Doenças de punho depressivo, acabam sendo mais prováveis em profissionais que cuidam dos outros” é o que diz a psicóloga Andrea Batista Magalhães que possui Graduação em Psicologia pela Universidade Católica de Goiás (UCG) e Mestrado em Psicologia da Saúde também pela Universidade Católica de Goiás, além de ser especialista em Neuropsicologia pela mesma Universidade citada acima. A psicóloga Andrea Batista Magalhães aborda a questão do assédio moral, por exemplo, que pode desencadear a exaustão emocional, a despersonalização e a perda do interesse, sem contar as questões fisiológicas, e conseqüentemente levar à depressão.

Diagnosticando a depressão

Conhecida também, como a “doença da alma”, a depressão se alastra pela sociedade e torna-se cada vez mais comum. Em um mundo contemporâneo, inovado por descobertas e tecnologias, onde o ser humano tem a oportunidade de se deliciar com os prazeres e mordomias proporcionadas por tais inovações, e o capitalismo predomina em quase todos os tipos de relação. Em contrapartida tanta tecnologia e modernidade vêm acompanhadas do caloroso “stress”, que insisti em pesar a cabeça das pessoas na hora de colocá-la sobre o travesseiro. Tem-se a impressão que o ser humano está cada vez mais inquieto, inseguro e infeliz, tais sensações podem acarretar mudanças de comportamento, que muitas vezes passam despercebidas, tanto por quem sofre quanto por quem faz parte do ciclo de convivência, podendo inclusive causar certa confusão. Segundo o Dr. Geraldo Francisco do Amaral, o período de identificação da depressão varia de acordo com o histórico do paciente, levando a crer que cada caso é um caso.
“Se uma pessoa tem predisposição genética, quando passar por uma experiência ruim, vai desencadear a doença”, diz o psiquiatra Geraldo Francisco do Amaral, que ressalta também que é necessário o diagnóstico de mais ou menos cinco sintomas e que dois deles são imprescindíveis para identificar e diferenciar a depressão da tristeza: a variação de humor, que é a análise do estado emocional interno da pessoa e a anedônia – que significa a perda de interesse e prazer pelas coisas. De acordo com ele, esses fatores são considerados primordiais para identificar a depressão.
Portanto ficar atento aos sintomas é muito importante, além de possibilitar o diagnóstico precoce, favorece um tratamento mais eficaz. Além destes, a falta de estímulo, a dificuldade de concentração, a fadiga, falta de energia, distúrbios de sono, problemas psicomotores – que é a agitação ou retardo psicomotor do corpo, perda ou ganho exagerado de peso, idéias suicidas e preocupações também são sintomas que facilitam a diagnosticar os casos. A depressão adquiriu um caráter mais biológico e mais químico quando se descobriu sua ligação com a falta de serotonina e noradrenalina – que são duas substâncias que aparecem como neurotransmissores diretamente relacionados ao humor, em regiões do cérebro envolvidas com o estado de alerta. Tais sintomas interferem na condição de vida das pessoas, na qualidade do bem-estar, e se associam á altos custos sociais. O Dr. Geraldo Francisco do Amaral diz que é importante pontuar que a simples tristeza é passageira, é natural que todo ser humano passe por momentos tristes, já a depressão e seus sintomas acontecem de forma duradoura e mais intensa. É preciso estar atento á isso.

Não deixe de acompanhar a próxima atualização, que abordará o stress do dia-a-dia, a fragilidade feminina e alguns aspectos básicos para superar a DEPRESSÃO!


Até mais... =**

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